sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Estudo da Palavra - Lugares Celestiais em Cristo parte 2

5ª Assertiva; pois vejo que precisamos ver algo particular nesse assunto. Na Primeira epístola de Paulo aos Coríntios, no capítulo 1 e os versículos 11 a 16, diz:

“Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais. Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir?
Nós, porém, temos a mente de Cristo. Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais”.

Vamos ler também o capítulo 2 de Primeiro aos Coríntios e os versículos 1 a 3:
“E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis; porque ainda sois carnais...”.
Estes textos acima nos dão um completo discernimento da dificuldade que surge pelo fato de não compreendermos claramente as bênçãos das insondáveis riquezas de Cristo. Veja os detalhes da exposição do apóstolo em relação aos dois homens que reside em nosso interior. Quero colocar isso para você entender em três pontos:

1º - observe como ele nos dá em certos detalhes a relação do nosso espírito com o Espírito do Senhor - vv.11-13: “Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais".

Lendo estes versículos podemos conferir como nosso Espírito e o Espírito de Deus se relacionam nas coisas espirituais. Paulo diz que as coisas de Deus são conhecidas pelo Seu Espírito. E temos recebido o Espírito de Deus em nosso Espírito que nos foi dado gratuitamente. E Paulo conclui esta primeira porção dizendo que as coisas do Espírito só podem ser conferidas pelo Espírito em nosso espírito; o homem natural não as compreende.

2º - Outro assunto que está evidente nos textos acima é que o cristão entende todas as coisas, mas ele mesmo não é entendido por ninguém. A vida espiritual é um mistério. A vida de um cristão é um enigma para todas as pessoas não-cristãs. Porque o cristão tem essa vida celestial e pertence a essa esfera celestial, por causa da nova natureza que recebeu na regeneração. O versículo 15 diz:

“Porém o homem espiritual julga [RC – “discerne”] todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado [RC – “discernido”] por ninguém”. O cristão é por definição uma pessoa que um incrédulo não tem a possibilidade de conhecer.

3º - O Apóstolo Paulo nos mostra ainda nos textos de Primeiro aos Coríntios capítulo 2 e os versículos 1 a 3, que uma pessoa cristã possui duas naturezas. Num sentido ele ainda é um homem natural, por causa da natureza humana que ele herdou dos seus pais por nascimento. Ele ainda vive nesse mundo a vida secular, a vida “normal”, vivida em sua mente, vontade e emoções. Nessa vida, ele comete falhas; ele tem consciência do pecado. Mas, não podemos ter uma idéia superficial desse homem natural; Não podemos chegar à conclusão de que não há diferença alguma entre o cristão e um ímpio. Esta não é toda a verdade sobre o cristão. O que está registrado em Segundo aos Coríntios 2.1-3: é que em acréscimo a tudo isso, há outra natureza, que faz do cristão um enigma para os outros. Se por um lado, é um homem natural, porém ao mesmo tempo é um homem espiritual; e que o cristão, mesmo na pior condição, sabe que é diferente do incrédulo. O cristão precisa estar consciente que é cidadão de dois mundos ao mesmo tempo, um é terreno e o outro e celestial.

6ª Assertiva - no versículo 6 do capítulo 2 de Efésios Paulo faz uma declaração que soa tão espantosa quanto impossível. Ele diz que Deus “nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus”. Essa experiência deve ser algo presente em nossa vida. Estamos lá; ele não está dizendo que vamos estar lá, e sim, que já estamos lá. A grande questão que se levanta é como podemos conciliar isso com o fato de que ainda estamos neste mundo limitado pelo tempo, com toda a sua confusão e contradição? Como podem estas duas coisas ser verdadeiras ao mesmo tempo? A princípio soa paradoxal; e, contudo, é gloriosamente verdadeiro quanto a nossa vida em cristo. Quanto ao homem interior, posso afirmar que espiritualmente estou neste momento no céu, “em Cristo”, num sentido como sempre estarei; mas o meu corpo continua vivendo na terra, ainda sou deste mundo limitado pelo tempo. O meu espírito foi redimido em Cristo, como sempre redimido será; porém o meu corpo ainda não foi redimido. Quero lhe mostrar dois textos que fundamentam esse ensino:

“E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo” – (Rm 8.23).

“Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas” – (Fp 3.20,21).

7ª Assertiva - Os mais altos céus revelam-nos a realidade da nossa vida cristã. O escritor da epístola aos Hebreus diz no capítulo 10 e os versículos 19 e 20:

“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de JESUS, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne”.

Vejamos a riqueza de algumas frases nesses versículos:
“Tendo” - essa palavra vem de um vocábulo grego que significa “possuir”.
“Intrepidez” - No grego é parrhesia. Essa palavra ocorre em mais três lugares aqui na epístola aos Hebreus:
Hb 3.6: “guardarmos firme, até ao fim, a ousadia e a exultação da esperança”.
Hb 4.16: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça”.
Hb 10.35: “Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão”.

A palavra “ousadia” - Significa “destemor”, “isenção de toda apreensão e de toda a dúvida quanto a sermos rejeitados”. Quando pensamos em um homem ousado, pensamos em alguém que segue diretamente para frente, que não tem medo de nada. Não sofre inibições, nem duvidoso, nem inseguro; “ousadia” indica o oposto exato de fraqueza. Quando você estuda a frase “Santo dos Santos” – você percebe que essa é uma declaração dos mais altos céus numa expressão espiritual. Quando pensamos no “Santo dos Santos” não podemos pensar apenas naquele lugar onde o Sumo sacerdote entrava uma vez por ano. Devemos pensar em toda a sua constituição espiritual.
Desde que estamos nos “mais altos céus”, já desfrutamos e conhecemos algo da vida celestial mesmo ainda vivendo nesse mundo. Isso indica, que, desde que estamos em CRISTO, já desfrutamos da vida celeste em nós. Esta expressão aqui de Paulo, fala de um antegozo daquilo que um dia desfrutaremos em plenitude na eternidade. Essa frase no grego “nos mais altos céus” em sua tradução significa “os lugares onde os privilégios do reino já estão sendo desfrutados por aqueles que estão em CRISTO JESUS”.

8ª Assertiva – Essa frase indica que o começo é aqui! Quando você compreende a riqueza dessa graça, você enxerga o começo da glória a partir desse mundo. Note bem, se essas verdades não se aplicam a nós aqui, então, tudo é vão. Estamos sendo enganados. Paulo delirou quando escreveu essas palavras. É tudo um amontoado de balelas. Mas quero te dizer que eu creio que tudo isso se aplica a nós! Paulo não exagerou. Essa é a vida cristã. Foi essa vida que os irmãos no inicio da história da Igreja viveram. Paulo escrevendo aos irmãos em Coríntios, na sua Primeira epístola, no capitulo 15 e o versículo 19, ele disse: “Se a nossa esperança em CRISTO se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens”.

A ressurreição nos traz descanso na obra de CRISTO. Veja que Paulo diz no versículo 6, do capítulo 2 de efésios, que DEUS nos fez “assentar” com CRISTO nos “lugares celestiais”. Vejamos o que implica em nossa experiência.

Vamos compreender esse assunto lendo dois versículos na epístola aos hebreus:

Hb 1.3: “O qual, sendo o resplendor da Sua glória, e a expressa imagem da Sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder, havendo feito por Si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas”;

Hb 10.12,13: “mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de DEUS, daqui em diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés”.

Esses textos indicam que CRISTO completou Sua obra de Redenção. E agora, nós estamos no mesmo descanso com Ele, porque ninguém e nem nada poderá nos destituir dessa posição. Mas Ele espera que nós mantenhamos nossa posição Nele, para que tudo se complete e todos os inimigos sejam colocados como estrados de Seus pés – (Rm 16.20) “E o DEUS da paz em breve esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. A Graça de nosso SENHOR JESUS seja convosco”

Que DEUS nos ajude a compreender essa profunda verdade em nossa vida, para que tenhamos um viver a altura desse Evangelho. Creio, que na experiência cristã prática, não podemos encontrar nada que seja mais relevante do que esse maravilhoso ensino que nos revela a essência do cristianismo.

Estudo da Palavra - Lugares Celestiais em Cristo parte 1


No Salmo 91, os versículos 1 e o 9, podemos ver uma grandiosa declaração de cuidado e providência de Deus para com Seu povo. Veja: “O que habita no esconderijo do Altíssimo... Fizeste do Altíssimo a tua morada”.

Quando você lê estes dois textos, você percebe que o salmista sobe as maiores alturas, e nos eleva aos “mais altos céus” e nos mostra a vida cristã em sua
 maior glória e majestade. Se tão-somente pudéssemos enxergar como nós estamos em Cristo nos lugares celestiais, isso faria uma revolução em nossas vidas, e mudaria toda a nossa maneira de ver as coisas em torno de nós. 
Os eruditos judeus classificavam o céu em três partes:
A primeira é chamada de eurânio – primeiro céu; era o que se pode descrever como o céu atmosférico, onde ficam as nuvens.
A segunda é chamada de mesorânio – O segundo céu, que pode ser descrito como o céu estelar; é aquela parte das regiões superiores onde estão colocados o sol, a lua e as estrelas. Essa esfera celeste está muito mais distante de nós do que as nuvens ou o céu atmosférico. 
A terceira parte, ou “terceiro céu”, é descrito como epurânio. Não se trata do céu atmosférico nem do céu estelar, essa esfera e lugar onde Deus, de maneira sublime e majestosa, manifesta a Sua presença e a Sua glória. Esse é também o lugar em que o Senhor Jesus Cristo, em Seu corpo ressurreto, habita. Esse lugar ainda é o lugar a respeito do qual lemos no capítulo 5 de Apocalipse, onde a glória de Deus se manifesta. Lemos ali a respeito de Cristo em Seu corpo glorificado, "um Cordeiro, como havendo sido morto”, os brilhantes espíritos angélicos, as sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus, um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, os reluzentes seres angelicais. Essa é a atmosfera desse terceiro céu.

A epístola aos Efésios é na Bíblia o lugar onde mais iremos encontrar a exposição temática dos lugares celestiais. Vamos olhar os textos:

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” – (Ef 1.3).

“O qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais” – (Ef 1.20).

“E, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” – (Ef 2.6).

“Para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais” – (Ef 3.10).

O ensino de Paulo pode ser sintetizado em cinco assertivas: 
1ª Assertiva – Estamos em Cristo. Somos parte de Cristo; estamos ligados a Ele em uma mística união orgânica. 

2ª Assertiva – Tudo que é próprio a Cristo nessa esfera celeste, nos é próprio espiritualmente também.

3ª Assertiva – Assim como Ele está nos lugares celestiais, nós também estamos. 

4ª Assertiva – As bênçãos que gozamos como cristãos são bênçãos "nos lugares celestiais” porque elas provêm de Cristo que lá está. Tudo que recebemos em nossa vida aqui na terra, tem seu aspecto celeste. Não somos como as pessoas ímpias, que mesmo cercada de bens materiais, possuem apenas bens terrenos. Mas, quanto a nós, tudo que recebemos tem uma expressão de glória celeste. 

5ª Assertiva – A profunda mudança que ocorreu em nossa vida quando nos sujeitamos receber Cristo como nosso Salvador. Assim corno Deus tirou o Senhor Jesus Cristo do túmulo, das profundezas do abismo, dentre os mortos, e O colocou à Sua mão direita nos lugares celestiais, assim o apóstolo ensina que a mudança pela qual passamos em nosso novo nascimento e regeneração leva a esta correspondente mudança em nós. Esta é a quintessência da nossa tão grande salvação. Infelizmente, devido a nossa limitada capacidades, em conseqüência da nossa condição finita e do nosso pecado, achamos muito difícil apropriarmos dessas insondáveis riquezas em Cristo Jesus.

Que o Senhor nos dê espírito de sabedoria e revelação para compreendermos a grandeza de toda realidade espiritual que compreende aquilo que é a vida cristã segundo a vida em Cristo.