Nosso texto diz que a mulher pretendia tocar a veste de Jesus, isto é, qualquer parte dela. Tal tradução nos permite ver sua real intenção e as sérias implicações desse ato, visto que sua condição era a de uma pessoa considerada imunda. O primeiro toque de mãos é mencionado por Jairo: “Rogo-Te que venhas e impõe-lhe a tua mão e ela viverá” (Mt 9:18). Marcos e Lucas dizem que ela estava viva e Mateus diz que ela acabara de falecer. Não há contradição nos fatos: Mateus inicia sua narrativa depois da chegada do mensageiro que trouxe a noticia do falecimento da menina. Jairo certamente repetiu seu convite a Jesus depois de ouvir Suas palavras: “Não temas; crê somente” (Mc. 5.36). No primeiro convite a menina estava viva e no segundo ela já estava morta.
Os dois acontecimentos nos mostram um toque de mãos limpas e um toque de mãos
impuras. A imposição das mãos de Jesus comunicava vida, cura, purificação,
conforme aconteceu com o leproso (Mt. 8.3); mas o toque da mulher transmitia
contaminação. A cama onde ela se deitava, o lugar onde se assentava e tudo o
que entrasse em contato com ela se tornava imundo até à tarde (Lv. 15.25-27).
Pense bem na decisão que ela tomou: tocar na veste de Alguém reconhecido pela
multidão como sendo um homem santo, um profeta ou mesmo o Messias de Israel.
Ser tocado por ela significava se tornar imundo, mas não no caso de Jesus. O
inverso aconteceu: dEle saiu virtude, poder, cura e libertação para a pobre
mulher.
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