quinta-feira, 14 de junho de 2012

9) Unidas Pelos Laços do Calvário

Não sabemos se a mulher depois de ser curada por Jesus seguiu até à casa de Jairo com a multidão, todavia acho provável que isso tenha acontecido. A pobre mulher, curada do seu mal, deve ter desejado ardentemente contemplar o que o Príncipe da Vida faria diante da realidade da morte. Eu acredito que ela foi até a casa de Jairo e contemplou com seus próprios olhos o momento em que Jesus entregou a menina de volta aos seus pais, viva e em condições de ser alimentada.
Com todo o respeito pelo texto sagrado e com a sua permissão e compreensão, gostaria de dar asas à minha imaginação e descrever o que penso ter acontecido entre a mulher e a menina. A mulher tinha idade para ser mãe dela e certamente uma profunda amizade nasceu entre ela e a família de Jairo. Não deveríamos ficar espantados se encontrássemos as duas andando de mãos dadas e compartilhando suas experiências de cura e ressurreição. Creio que a conversa delas seria assim:
“Minha querida menina, quando você nasceu há doze anos  apareceu em mim um fluxo de sangue, uma hemorragia crônica. Segundo a lei do Senhor eu tive que ser separada de tudo e de todos. Perdi o contato com meu marido, filhos, parentes e amigos; não pude mais freqüentar o Templo. O pior de tudo é que os líderes religiosos julgavam que eu havia cometido algum tipo de pecado moral (assim pensavam os religiosos daquela época) por causa do lugar onde o mal me apareceu. Passei todo esse tempo sozinha e muitas vezes parei em frente da sua casa e, do lado de fora, ouvi risos e gargalhadas dos seus pais brincando com você. Derramei tantas lagrimas que meus olhos pareciam mais uma fonte. Sua casa experimentou doze anos de alegria e felicidade; eu provei doze anos de dor, tristeza, agonia e solidão. Mas um dia encontrei o Senhor, o Celestial, Aquele representado pelo Cordão Azul mencionado no Livro de Números. Ele era a solução para o meu problema. Enfrentei a multidão que O cercava, me arrastei e fui até perto dEle, e ao tocar na orla das Suas vestes, na franja onde havia o cordão azul, fui imediatamente curada. Mas logo chegou alguém trazendo a noticia de que você havia morrido; de certo modo me senti culpada, pois seu pai, Jairo, estava naquele momento suplicando a Jesus que fosse à sua casa para te curar. Eu atrasei a ida do Senhor até você e então a morte te levou. Fiquei profundamente abalada, embora felicíssima com minha cura. Mas que alegria senti quando ouvi o Senhor dizer a seu pai: ‘Não temas; crê somente´. Em seguida fomos à sua casa, junto com os discípulos Pedro, Tiago e João, Jesus voltou logo do seu quarto de mãos dadas com você e mandou que te dessem de comer (Lc.8.55). Não tenho palavras para descrever o jubilo que explodiu dentro da sua casa, no coração dos seus pais, no meu coração e de todas os que ali se encontravam! Glória a Deus!”
Creio que a partir daquele momento uma linda amizade nasceu entre aquelas duas famílias. Aquela mulher conhecia as Escrituras (Nm.15.37-41) e fez uso delas para receber a cura do seu mal. Tudo indica que a menina também cria no Senhor, pois Ele disse que ela não estava “morta”, mas que “dormia” (Mc.5.39). Essa expressão é usada apenas para os que morrem em Cristo. Lázaro, Estevão e os irmãos da igreja em Tessalônica dormiram em Cristo. Sem sobra de dúvida, podemos crer que as duas famílias, dali em diante, foram unidas pelos Laços do Calvário!

 

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