1. “… permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder.”(Lc 24.48-49).
Quando
lemos o Evangelho de Lucas e Atos dos Apóstolos, precisamos entender
que estamos diante de uma só obra, redigida em dois momentos. Há,
inclusive, estudiosos que defenderam a tese de que Atos teria sido
escrito antes, até por ser um testemunho no qual Lucas, em parte, é
protagonista e narrador; vejam, por exemplo, as seções nós nos Atos dos
Apóstolos: 16.10-18.
O certo é que desde o Evangelho até Atos dos
Apóstolos, o grande protagonista, primeiro junto ao Filho de Deus,
Jesus, e depois junto aos Apóstolos, é o Espírito Santo. Lucas queria
passar aos novos discípulos os fatos pelos quais Deus atuava
poderosamente por seu Espírito, desde o Evangelho até as missões aos
confins da terra (cf. At 1.8). Ele disse: “…igualmente a mim me pareceu
bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te,
por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, para que
tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído.” (Lc 1.3-4).
Depois, em Atos, ele continua dizendo: “Escrevi o primeiro livro, ó
Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar
[...] A estes, também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com
muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias, e
falando das coisas concernentes ao reino de Deus. E, comendo com eles,
determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a
promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes.” (At 1.1,3-4).
O
tema do Espírito percorre toda a obra de Lucas; do anúncio do
nascimento de João Batista ao de Jesus (cf. Lc 1.15-17; 35; 41; 67;
2.25-27). Tanto o ministério de João Batista quanto o do Filho de Deus é
realizado na unção do Espírito Santo (cf. Lc 3.3; 16; 21-22; 4.1; 18). É
por isso que a seqüência da obra dos discípulos não podia abrir mão da
mesma unção do Espírito Santo. Daí vem o convite-ordenança de Jesus aos
discípulos: “Vós sois testemunhas destas coisas. Eis que envio sobre vós
a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto
sejais revestidos de poder.” (Lc 24.48-49). Eles ficaram, e o Espírito
Santo veio sobre eles no dia de Pentecostes. Assim, o Pentecostes, além
de marco histórico na caminhada da Igreja, é referência de visitação do
Espírito Santo. Cada Igreja, cada geração, cada cristão precisa ter o
seu Pentecostes. Pentecostes é ser íntimo de Jesus e de seu Espírito
Santo; é sentir a cada dia o coração ardendo em fé, confiança,
disposição para fazer a obra que Deus vocacionou à Igreja. “… e sereis
minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e
até aos confins da terra.” (At 1.8).
2. Que características marcaram esta marcha da igreja?
Eles pregavam um evangelho muito simples.
Isso
era perceptível na própria pregação de Jesus: “… O tempo está cumprido,
e o Reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.”
(Mc 1.15). E a Igreja primitiva anunciava: “Ouvindo eles estas coisas,
compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais
apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e
cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos
vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” (At 2.37-38).
O
Evangelho era claramente pregado começando pelo arrependimento e a fé
em Cristo Jesus. Paulo dizia: “Fiel é a palavra e digna de toda
aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos
quais eu sou o principal.” (1Tm 1.15). Assim, a questão era uma só: crer
em Jesus e aceitar a graça nele revelada; este é o caminho estreito, o
caminho do arrependimento.
Arrependimento, no texto original, é
metanoia – mudança de mente, ou seja, ver, sentir e agir de maneira
diferente. Nas palavras do povo, é ser mudado pela fé em Jesus e pelo
poder do seu Espírito Santo. Hoje, não se apela mais tanto para que as
pessoas se arrependam e aceitem Jesus. Fazemos apelo para cura,
libertação, porta de emprego, etc. Estamos enfatizando o foco errado.
Jesus é que faz a diferença. O mundo está precisando, urgentemente, de
Jesus. Poucos querem compromisso com Ele; querem, sim, as coisas que
perecem: emprego, cura, etc.; mas uma vida com Jesus nem todos querem. A
Igreja precisa voltar a pôr as prioridades em ordem; tudo se decide em
uma vida com Jesus. NEle e através dEle, que inaugurou o Reino de Deus, é
que: “…todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt 6.33b). Isso
significa que, de fato, doença, emprego, e tantos outros problemas
humanos interessam a Deus, sim, e, por isso, interessam à Igreja. A
questão é de fundamento: sem Jesus nada é definitivo; com Jesus, uma
nova forma de viver e relacionar-se surge e, com ela, cura de muitos
males. Uma religiosidade de consumo é o sinal de grupos que exploram o
povo.
Eles viviam em constante comunhão e apoio mútuo.
O
testemunho de Atos é claro sobre isto: “Da multidão dos que creram era
um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma
das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum. Com grande poder,
os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em
todos eles havia abundante graça. Pois nenhum necessitado havia entre
eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os
valores correspondentes…” (At 4.32-34). Essa é uma Igreja que faz
diferença, uma comunidade de fé assim, o povo está procurando. A Igreja
primitiva caracterizou-se, primeiramente, por isso, por ser um povo
unido, onde o amor habita. Afinal, amor é o grande fruto do Espírito
(cf. Gl 5.22), e a marca evangelizadora da Igreja (cf. Jo 13.35).
Quando
aprovamos, como
Tudo no Novo Testamento concorda com o que é apresentado no figurativo Velho Testamento. Os resgatados não precisam mais ter medo para entrar no Santo dos Santos. DEUS deseja que avancemos em direção á Sua Presença e vivamos toda a nossa vida lá. E isto deve ser vivenciado por nós em uma experiência consciente. É mais do que uma doutrina a ser definida; é uma vida a ser desfrutada em todos os momentos, todos os dias...
Igualmente, A Presença de DEUS é o ponto centraldo cristianismo. O ponto central da mensagem cristã é o próprio DEUS esperando que os seus redimidos estejam conscientes de Sua Presença. O tipo de cristianismo que atualmente está em voga, conhece A Presença de DIVINA apenas na teoria. Ele fracassa na ênfase do privilégio cristão. Isto é, de acordo com os seus ensinamentos, já estamos posicionalmente na Presença de DEUS. Nada é dito acerca da necessidade de experimentarmos, de verdade, essa Presença... O que é que nos impede? Usualmente uma resposta que ouvimos é que somos "frios". Só que isso não explicará todos os fatos. Há algo mais sério do que a frieza de coração... E, o quê poderiaser? Não seria a presença de um véu em nossos coraçãoes? Um véu que se não for retirado, como o primeiro o fôra; ainda ostrui a passagem da luz, escondendo-nos A Face de DEUS."
O "Eu" é o véu opaco que esconde A Face de DEUS. Ele só pode ser subjugado na experiência espiritual e nunca pela mera instrução. Devemos varrer essa lepra do nosso sistema. Há muito o que ser feito por DEUS no que se refere a nossa morte antes de ficarmos livres. É necessario que convidemos a ruz para que ela efetue em nós esse trabalho. Devemos trazer os pecados do nosso eu diante da mesma para julgamento, e nos prepararmos para a provação e sofrimento semelhantes aos que nosso Salvador experimentou durante o governo de Pocius Pilatos.
Deixe-nos lembrar que, quando falamos da entrega total do véu, estamos nos referindo à linguagem figurativa. O pensamento é poético, e de certo modo, bonito. Mas na realidade, não há nada agradável nele. Na experiência, humana esse véu é feito do tecido da vivência espiritual. Diz respeito às sensações do nosso ser. E tocá-lo, é tocar onde sentimos dor. A retirada do mesmo fere, machuca e faz-nos sangrar. Se dissermos o contrário, é dizer que a cruz não é cruz e a morte não seja morte, em absoluto. Na verdade não é divertido morrer. Arrancar através do alto preço o material que a vida foi feita; não deixa de ser algo profundamente doloroso. Sim, foi isso o que a cruz fez a Jesus e faria a qualquer outro homem que tentasse tirá-lo dela.
Sejamos cautelosos no conserto de nossas vidas; noa que se refere à esperança de sermos capazes de rasgarmos o véu. DEUS fará tudo por nós. Nossa parte é rendermos e confiarmos. Devemos confessar, perdoar, repudiar a vida egoísta e considerá-la como crucificada. Entretanto, devemos ser cuidadosos para distingüir a "aceitação preguiçosa" do Verdadeiro Trabalho de DEUS. Devemos insistir que o Trabalho seja feito. Não ousemos descansar, contentes com a simples e elegante doutrina da auto-crucificação, isto é imitar a Saul e reter o melhor dos bois e das ovelhas.
Se insistirmos que o trabalho seja, verdadeiramente feito, ele será feito. A cruz é rude e é mortal. Mas, é efetiva. Ela não mantém a vitima morrendo nela para sempre. Chega o momento em que o trabalho termina e a vítima agonizante morre. Depois disso tudo vem a ressurreição gloriosa e poder. Assim a dor é esquecida devido a alegria do véu que foi retirado e entramos na experiência real da Presença do DEUS Vivo.
Quero falar sobre a Igreja dos Sonhos do Senhor Jesus. Para isso, vamos
recorrer à Bíblia, que vai nos dar a descrição exata noiva que Jesus
pediu para Deus:
O texto é: “…Cristo amou a Igreja e a Si mesmo
Se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por
meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a Si mesmo
Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa
e sem defeito.” (Efésios 5:25-27.)
A Expectativa do Noivo
Como
leitores atentos do texto bíblico, somos convidados a acompanhar as
cenas de um casamento. Mais do que isso, somos chamados a pensar nos
inúmeros preparativos que a noiva faz para o casamento. A intenção da
noiva é aparecer da melhor forma possível diante daquele que vai tomá-la
como esposa.
Diz um velho ditado que não existem noivas feias.
Todas elas se esforçam ao máximo para que, naquele momento inesquecível
(singular, único), possam aparecer diante do noivo e futuro esposo como
lindas, maravilhosas. É por isso que há casos de noivos que ficam
atrapalhados – confusos – nesta hora.
Na hora da troca das alianças –
quando aquele ser maravilhoso, angelical, chega – e o noivo, como que
embriagado pela visão, dá a mão errada. A noiva pergunta: “É essa mão,
mesmo?” O noivo responde singela e tolamente: “É!” Não era! Ele estava
dando a mão errada.
A imagem da noiva entrando no corredor central da igreja, ao som da marcha nupcial, é uma imagem muito impressionante.
Chega
a ser até indescritível. Só aqueles que já passaram diretamente por
esta experiência podem entender a profundidade do seu significado.
Ocorre
que é exatamente esta a imagem que Deus foi buscar, nas muitas
experiências humanas, para ilustrar o mais profundo dos Seus anseios
para a Sua Igreja!
A expectativa divina é apresentar a Igreja diante
do Seu noivo, o Senhor Jesus, como “gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem
cousa semelhante, porém santa e sem defeito”. É assim que a Igreja terá
que apresentar-se diante do Noivo Celeste. Fazer diferente,
apresentar-se de outra forma, significaria traição e deslealdade para
com o Noivo Divino – o Senhor Jesus – que não poupou sacrifícios para
lhe fazer as maiores declarações e as maiores demonstrações possíveis de
amor.
A Medida do Amor
Crisóstomo, um dos pais da Igreja
Primitiva, contrapõe estas duas verdades eternas classificando-as como
“a medida do amor” e “a medida da obediência”. Quanto à medida do amor,
nós a vemos expressa aqui nesta afirmação: “Cristo amou a Igreja e a Si
mesmo Se entregou por ela…”
Esta é a afirmação máxima do Evangelho! A
primeira sentença, “Cristo amou a Igreja”, motiva, dá origem, à
segunda: “e a Si mesmo Se entregou por ela”. A segunda sentença é, neste
caso, uma conseqüência natural da primeira: “Porque Deus amou ao mundo
de tal maneira [com tanta intensidade, de forma tão profunda e
sacrificial] que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê
não pereça, mas tenha a vida eterna” (S. João 3:16).
Na visão de
Paulo, esta é a prova máxima do amor divino: “Mas Deus prova o Seu
próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo
nós ainda pecadores” (Romanos 5:8).
João, o discípulo amado,
reproduz esta mesma verdade destacando a primazia do amor divino: “Nisto
consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele
nos amou e enviou o Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” I
João 4:10
A iniciativa da nossa salvação, portanto, não está com o
ser humano, mas com Deus: “Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro” (I
João 4:19). A salvação não é um ato nosso, mas, sim, uma obra 100% de
Deus. Ela é obra e dom de Deus, oferecidos absolutamente de graça a
seres humanos indignos e pecadores.
A fonte de nossa salvação eterna
não é a nossa fé, nosso amor, nossas orações, nossas lágrimas, nossos
esforços missionários ou nossa própria dignidade moral. Somos salvos por
Cristo, mediante a fé nEle depositada: “Porque pela graça sois salvos,
mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para
que ninguém se glorie” (Efésios 2:8-9).
A afirmativa “Cristo amou a
Igreja e a Si mesmo Se entregou por ela” está afinada, podemos assim
dizer, com as mais doces notas musicais provenientes de lábios humanos: a
Justificação Pela Fé em Cristo Jesus, o Evangelho Eterno (Ap. 14:6).
Esta
é a suficiência divina, face à insuficiência humana. Como disse a Sra.
White, “é Deus jogar a glória do homem no pó, e fazer pelo ser humano
aquilo que ele jamais poderia fazer por si mesmo”.
Foi à compreensão
desta verdade maravilhosa que sacudiu o mundo, na chamada Reforma do
Século XVI, e também impulsionou todos os reavivamentos espirituais
experimentados pela Igreja através dos séculos. Como afirmava Martinho
Lutero: “Portanto, um homem pode com confiança gloriar-se em Cristo e
dizer: ‘Meu é o viver, o agir, o falar de Cristo; Seus sofrimentos e
morte me pertencem como se eu houvesse vivido, agido, falado, sofrido e
morrido como Ele”.
Nossa Resposta
O nosso texto base, Efésios
5:25-27, mostra que o sacrifício de Cristo, Sua entrega e morte por
nós, tem um objetivo claro, definido: “para que a santificasse, tendo-a
purificado por meio da lavagem de água pela Palavra, para a apresentar a
Si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante,
porém santa e sem defeito”.
A “medida do amor” deve ser
correspondida com “a medida da obediência”. Nas palavras do apóstolo
Paulo, “Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para
si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou” (II
Coríntios 5:15).
Experiência: Uma jovem foi informada acerca de um
famoso romance. Ela queria muito ler o livro, mas, ao começar a leitura,
sentiu-a seca e maçante e logo pôs o livro de lado. Apesar de todas as
recomendações dos amigos, nem assim o livro conseguia conquistar a sua
atenção.
Então, certo dia, ela conheceu o autor do romance – um
homem muito simpático, elegante e atraente. Eles se interessaram um pelo
outro, e ela se apaixonou por ele. Acabaram se casando. Agora, ela
quase não podia esperar para reiniciar a leitura do livro. Pareceu-lhe
ser o livro mais interessante entre todos que já havia lido – porque
apaixonara-se pelo autor.
É precisamente isto o que acontece com a
leitura da Bíblia – e todos os demais deveres da vida cristã – quando
conhecemos o Autor da nossa salvação, quando nos apaixonamos por Ele.
Aquilo
que para nós era monótono, passa a ser alegre, gostoso, agradável. A
obrigação se torna missão. O dever vira prazer. Porque o amor, quando
experimentado verdadeiramente, gera de forma natural e espontânea uma
resposta positiva. Jesus afirmou:
Se Me amardes,guardareis os Meus Mandamentos”João 14:15
Durante
séculos, o Noivo Celestial – o Senhor Jesus – vem alimentando um
anseio. Ele sonha que a Sua Igreja se apresente a Ele da seguinte forma:
“Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante, porém
santa e sem defeito”.
Fazendo uma análise lógica, não há nada
irrazoável nisto! Não se trata de nenhuma exigência absurda! Este é o
legítimo direito de todo noivo! Não seria razoável e nem justo que, após
tamanha demonstração de amor da parte do Noivo Divino, a noiva, a
Igreja, fosse aceita de forma esculhambada e leviana!
Este é,
também, o acalentado desejo de todo Pastor consciencioso! Este era o
objetivo que o apóstolo Paulo mantinha para o seu próprio ministério:
“Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado
para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo” (II
Coríntios 11:2).
A despeito dos baixos padrões morais do mundo, Deus
jamais rebaixa os Seus padrões! É por isso que o sonho e os anseios do
Noivo Divino, Jesus, continuam os mesmos. Ele espera que a Sua noiva, a
Igreja, se apresente diante dEle como “Igreja gloriosa, sem mácula, nem
ruga, nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito”.
A Grande Diferença
Em
muitos aspectos, a preparação individual dos crentes e o preparo
coletivo da Igreja para encontrar-se com Jesus assemelha-se ao preparo
da noiva para o casamento. Daí o uso que Paulo faz desta figura, aqui em
Efésios e em outras epístolas, e o uso que o próprio Jesus faz na
Parábola das Dez Virgens (Mateus 25:1-13).
Em todas ocasiões está
clara a idéia de que, para o Noivo Celestial, não bastam às intenções da
noiva, a Igreja, de mostrar-se pura e vigilante. Dizem que “de boas
intenções, o inferno está cheio!”
É preciso mais do que boas
intenções; a Igreja tem que ser verdadeiramente encontrada pronta – pura
e vigilante – para ir ao encontro do Noivo, o Senhor Jesus!
É exatamente aqui que entra a grande diferença entre o preparo comum das noivas e o preparo da “grande noiva, a Igreja” .
As noivas podem produzir-se bem e, desta forma, apagar ou ao menos disfarçar as falhas físicas.
Através
da maquiagem e outros recursos, elas podem “”esconder as suas falhas e
defeitos físicos – parecendo, assim, mais belas e atraentes aos olhos
dos noivos.
Com o Noivo Celestial, é diferente: Nada disso funciona!
Para Ele, não existem artifícios ou simulações….
A
Bíblia nos adverte: “E não há criatura que não seja manifesta na Sua
presença; pelo contrário, todas as cousas estão descobertas e patentes
aos olhos dAquele a quem temos de prestar contas” (Hebreus 4:13).
Jesus
observa tudo com uma visão mais poderosa que raios X. Nada escapa à Sua
atenção. Nada pode obscurecer a Sua visão. Nenhum conhecimento está
fora do Seu alcance. Ele vê perfeitamente cada líder e cada membro de
Sua igreja.
Com “os Seus olhos como chamas de fogo”, Jesus está a olhar e acompanhar a vida de cada membro de Sua Igreja.
E
o que é que Ele procura? O que é que o Senhor Jesus busca nos membros
de Sua Igreja? A resposta pode ser dada numa única palavra: Santidade.
Jesus
busca. Jesus espera. Jesus sonha encontrar santidade na vida dos
membros de Sua Igreja, para que ela possa apresentar-se a Ele como
“Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante, porém
santa e sem defeito”.
Conclusão e Apelo
Uma vez que Jesus
conhece tudo – não existem disfarces diante dEle – e Ele nos vê como
verdadeiramente somos, torna-se patente outra grande verdade: A Igreja,
por si mesma, nada pode fazer para parecer bela aos olhos do Noivo
celeste!
É aqui que entra em ação, novamente, a graça divina: Até
mesmo isso, a preparação da noiva, a santificação da Igreja, é obra do
Senhor Jesus. É por isso que o nosso texto-chave, antes de apresentar o
ideal de Cristo para a Sua Igreja: “Igreja gloriosa, sem mácula, nem
ruga, nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito”, traz a
esclarecedora informação: “para a apresentar a Si mesmo…”
Isso
significa que a Igreja só poderá ficar sem mácula, nem ruga, sem as
manchas do pecado, sem a decadência da idade e sem as marcas da
corrupção do pecado, através da obra renovadora de Cristo em nossa vida.
O maravilhoso, nisto tudo, é que hoje, agora, Jesus está apelando a
você e a mim.
Jesus contrasta a nossa incapacidade com a Sua
suficiência. A nossa ignorância com o Seu conhecimento. Jesus mostra que
– apesar da nossa situação deplorável e da falta de conhecimento que
temos da nossa verdadeira situação – Ele pode operar maravilhas em nossa
vida se, tão somente, aceitarmos a Sua oferta: Apocalipse 3:15-22

Os pensamentos e as maneiras de
Deus são superiores ao entendimento do homem (Jó 33:12; Is 55:8,9; I
Co 1:25; I João 3:20). Entrando no assunto do amor e da ira de Deus
encontramo-nos diante de imensos conceitos divinos que são insondáveis
chegando a ser inescrutáveis (não pode ser medido) (Rm 11:33-36; Sal
77:19). O amor de Deus em Cristo “excede todo o entendimento” (Ef 3:19) e sobre a ira de Deus a Bíblia diz, “quem parará diante do seu
furor, e quem persistirá diante do ardor da sua ira?” (Na 1:6). A
Bíblia declara que Deus é amor (I João 4:8,16) e com a mesma ênfase
declara que Deus é fogo consumidor (Dt 4:24; Hb 12:29). Por não
sermos como Deus (Sl 50:21; I Sam 16:7; Nm 23:19) quando procuramos
entender Seus atributos, por necessidade, isso requer fé e temor.
A Bíblia declara que Deus é Espírito (João 4:24), luz (I João 1:5) e
amor (I João 4:8,16). Por Deus ser o que é, todos os atributos da
divindade são influenciados e equilibrados. Nenhum atributo pode ser
separado dos demais. Portanto, é necessário estudarmos cada atributo a
luz dos outros. Para entendermos o equilíbrio entre o amor e a ira de
Deus, temos que estudar cada um. A forma como os atributos se mesclam
será vista uma vez que entendamos cada um separadamente.
O AMOR DE DEUS
1. Não é influenciado (Dt 7:7,8; II Tim 1:9). Dizer que o amor de
Deus não é influenciado significa que nada nos amados atraiu o amor
expressado por Deus. O amor de Deus é livre, espontâneo e sem algo nos
sujeitos que O faça amá-los (I João 4:10,19).
2. É eterno (Jr 31:3; Ef 1:4,5). E por Deus ser um Ser eterno, Seu
amor também é eterno. Isso conforta os amados, pois não tendo começo,
não terá fim (Sal 90:2).
3. É soberano (Rm 9:15; Dt 32:39). Por Deus ser um Ser soberano
Seu amor também o é. Na verdade Deus não tem obrigação para com ninguém
(Rm 9:20,21; Dan 4:35). Se Deus, em todo o demais, opera segundo o
beneplácito da Sua vontade (Ef 1:11), Ele opera com o Seu amor de
igual forma (Rm 9:13; Ef 1:4,5).
4. É infinito (Ef 3:19). Deus é infinito na Sua natureza e só pode
refletir tal atributo em Suas outras qualidades. As Escrituras Sagradas,
dadas pela inspiração, têm dificuldade, pela limitação da linguagem por
escrito, ao expressar todo o amor de Deus. Palavras como “tal” (João
3:16) e “muito” (Ef 2:4) são usadas na comunicação até o ponto em que a
linguagem escrita pode expressar o amor infinito de Deus. É necessário
fé para que se possa conhecer Deus pois as Suas qualidades são
superiores ao entendimento finito do homem (Sal 147:5). Para ter um
exemplo do amor infinito de Deus considera-se a quem tal amor é
estendido (Rm 5:8).
5. É imutável (Cantares de Salomão 8:6,7). Por Deus ser imutável
(Tiago 1:17), os Seus atributos também o são. O exemplo da imutabilidade
do Seu amor é visto por nada poder separá-LO dos Seus amados (Rm
8:35-39).
6. É Santo (Rm 5:21). Deus é santo na Sua pessoa (Lv 11:44; I Sam
2:2), em todas as Suas obras (Sal 145:17) e por necessidade isso inclui o
Seu amor. O amor de Deus não é subordinado à paixão ou qualquer outro
sentimento, mas pela santidade. A Bíblia diz primeiramente que Deus é
Luz (I João 1:5) e após diz que Deus também é amor (I João 4:8,16). A
santidade é quem faz o amor de Deus temível. Por Sua santidade o crente é
corrigido (Hb 12:5) e o ímpio é castigado (Êx. 34:7; Ap 20:12-15).
7. É gracioso (João 3:16; I João 4:9). O amor pede uma expressão, e, a
sua expressão é favor ou graça. Essa expressão da graça vê-se quando
entendemos o alvo do amor e o resultado de tal amor (Rm 8:35-39). A
maior expressão do amor de Deus é Cristo (I João 4:9). Por ter dado
Cristo sabemos que Ele não deixará faltar algo para os Seus (Rm 8:32).
A importância desse amor não é vista apenas na salvação do pecador.
Os santos se reconhecem pelo amor (I João 4:7,8,12,16,20,21). A
obediência é estimulada pelo amor (João 14:15; 15:9-14). No dia do juízo
teremos confiança devido ao amor (I João 4:17,18), pelo qual somos
aperfeiçoados (I João 4:18).
A IRA DE DEUS
O amor de Deus e a Sua ira freqüentemente andam juntos (Num 14:18;
Rm 11:22; Heb 12:5) e verdadeiramente a ira de Deus é uma expressão do
Seu amor (Sal 136:14-21). Se Deus não tivesse ira os Seus atributos
seriam falhos. Se não houvesse a ira de Deus, Ele seria indiferente ao
pecado, mostraria uma ausência de morais e aceitaria tolices e
corrupção. Por Deus ser puro, necessariamente, Ele precisa odiar o que é
impuro (A. W. Pink).
Não é apenas Deus quem se ira em conseqüência do Seu amor, mas o homem também faz dessa maneira (Pv 13:24).
Uma definição da ira de Deus é a Sua santidade contra o pecado (Num
14:18). A própria ira de Deus testifica a Sua santidade (Sal 89:35 – por
Ele jurar na Sua santidade, os inimigos de Davi foram castigados; Sal
95:11 – por Deus ser santo, os desobedientes à Sua Palavra foram mortos
no deserto). O amor de Cristo é descrito sendo além de todo o
entendimento (Efés 3:19), mas a Sua ira é derramada na tribulação (Apoc
6:16).
Benefícios da Ira de Deus
1. Revela a imundícia do pecado. Devido a hediondez do próprio pecado
o eterno Deus crucificou o Seu unigênito e amado Jesus Cristo (Rm
5:8).
2. Provoca o crescimento no temor a Deus (Luc 12:5; Heb 12:28,29).
3. Incita louvor a justiça de Deus (I Tes 1:10; Ap 19:11).
4. Estimula a evangelização aos que estão sem Cristo (II Cor 5:11).
5. Confirma a fé dos justos (Sal 58:10,11).
6. Traz glória a Deus por intermédio de Jesus Cristo (Fl. 2:0,11).
Deus opera todas as coisas com a finalidade de receber toda a glória
(Rm 11:36). A redenção traz glória a Deus através de Jesus Cristo. Só
precisaria redenção se houvesse um preço a ser pago pelo pecado. Em
Jesus Cristo a justiça e a paz se beijaram (Sal 85:10) com Deus
derramando toda a Sua justa ira sobre Quem amava mais.
Você está glorificando a Deus por Jesus Cristo? Se você não
está glorificando a Deus por Cristo, glorificará pela ira de Deus sendo
derramada sobre a sua alma pela eternidade.
Conheça a bênção de glorificar a Deus pela vida e não pela morte.
“O Próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”. Rm 8.16
A Bíblia nos dá muitos exemplos de pessoas que tinham tal
confiança em Deus, que nada podia abalar esta confiança. Nem mesmo as
coisas mais absurdas que às vezes Deus exigia.
Um
destes exemplos é Abraão. Deus tinha chamado Abraão para que ele fosse
morar em uma terra estranha, a qual ele nem sequer conhecia. Mas Deus
não lhe disse qual seria esta terra. Simplesmente mandou que ele se
mudasse. Abraão saiu sem saber aonde estava, nem o que ele devia fazer,
e nem porque Deus o levava para longe. Contudo Abraão foi como Deus
lhe tinha ordenado, confiando que Deus sabia o que fazia. Confiando
que Deus o guiaria e no fim mostraria qual era o objetivo da viagem.
Mais tarde, Deus o coloca de novo em prova: diz que ele vai
ter um filho, apesar de sua mulher não ter mais condições de ter um
filho, em virtude de sua idade avançada. Mas, já que Deus tinha dito
isto, Abraão confiou cegamente em Deus, com absoluta certeza de que
Deus iria lhe arrumar o filho.
Mas o mais
incrível foi que, depois que o filho nasceu, e depois de já ser um
menino, Deus exige de Abraão que ele sacrificasse seu filho Isaque. E,
vejam a fé de Abraão, novamente ele não duvidou do que Deus estava
certo. Em inteira confiança, ele se prontificou a fazer o que Deus tinha
exigido dele.
Isto é confiar. Quem dera
que nós sempre tivéssemos esta confiança cega e absoluta em Deus.
De quantos sofrimentos não ficaríamos livres. Quanto medo e angústias
não nos iriam mais atormentar, ao ponto de nos tirarem a
tranqüilidade e o sono. Então iríamos saber com Abraão que Deus cuida
de nós, assim como prometeu. Se tivéssemos sempre esta confiança de
que Deus cuida de todas as nossas necessidades, fiaríamos também
livres para pensar mais em Deus e sua igreja, e ainda poderíamos nos
dedicar mais às necessidades dos outros.
Se você quer entender melhor o que é confiar, imagine-se fazendo o
seguinte. Escolha uma pessoa que você conhece bem e em que você confia.
Imagine que esta pessoa está parada atrás de você. Você fecha os olhos,
relaxa o corpo e se deixa cair livremente para trás. Se você acreditar
que esta pessoa não vai deixá-lo cair de jeito nenhum, então você confia
nesta pessoa. Então, o que é confiar? Basicamente, confiar significa
entregar-se completamente nas mãos de outra pessoa, acreditando que o
outro vai fazer o que prometeu.
Mais ou
menos isto é confiar em Deus. Confiar em Deus significa especialmente
saber o que o apóstolo Paulo diz em Rm 8.1: “Agora, pois, já nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus”. Não se pode confiar em
Deus, sem acreditar que através da vida, morte e ressurreição do
Filho de Deus, Deus nos aceita, sem nos condenar. De que através de
Jesus fomos libertados completamente dos nossos pecados. De que agora
somos “filhos de Deus”, conforme diz nosso texto.
Quantas vezes passamos em nossa vida por problemas, os quais
vem geralmente da nossa falta de confiança em Deus. Nos preocupamos,
porque não confiamos que Deus cuida de nós. Enfrentamos dificuldades,
porque não confiamos o suficiente em Deus para pedir todos os dias em
oração que ele nos livre dos males. Temos ódio em nosso coração, porque
não confiamos o suficiente em Deus para perdoar os que nos ofenderam.
Ficamos com problemas de consciência, porque não confiamos tanto em
Assim, os justos louvarão o teu nome; os retos habitarão na tua presença.
Salmo 140.13
Os salvos
precisam aprender a ser mais firmes em suas convicções. Às vezes, agem
como crianças que não sabem o que querem. A Bíblia foi escrita para nós,
cristãos, a fim de aprendermos os nossos direitos e os reivindicarmos.
Ela é o Manual para quem quer ser bem-sucedido em todas as coisas. Por
isso, não aceite as mentiras do inimigo, mas faça valer as suas
prerrogativas em Cristo e, então, veja que a vida abundante é real.
Davi foi levado a orar para que o Senhor não concedesse ao ímpio os
seus desejos. Isso é o que Deus jamais fará para os que são fiéis em
amá-Lo. No entanto, aquele que se distancia da Sua Palavra e não O teme
nada consegue do Onipotente. O ímpio é servo do diabo e, por isso, o seu
mau propósito não terá êxito. Como membro do Corpo de Cristo e filho de
Deus, não permita que o ímpio tenha sucesso ao investir contra você.
O diabo pode lhe ter cercado por todos os lados. Se a cabeça dele se
exalta, ele faz isso para humilhar você e fazê-lo sofrer. Na verdade,
você precisa determinar que a maldade dos lábios dos ímpios seja usada
para cobrir seus maus intentos. Não deixe prosperar nenhum dos planos do
diabo contra a sua vida. Ele lhe tem enviado doenças, tentações e todos
os tipos de problemas? Repreenda todo mal e mande-o embora.
Deus está pronto para fazer cair brasas vivas sobre os demônios
usados para tirar a sua paz, fazer você padecer com os seus males. Peça
ao Senhor que o atenda e, então, verá que o diabo se frustrará com seus
planos. Você pode fazer cair chuva de fogo sobre o inimigo, para que ele
não somente seja derrotado, mas também nunca mais se levante. Deus
haverá de lançar todos eles no fogo eterno.
Não deixe o caluniador se estabelecer na sua terra. O que Deus lhe
deu é grande, mas, se o perverso fincar raízes onde lhe pertence, aquela
parte da terra, ou toda ela, ficará improdutiva. Não há como abrir mão
do seu direito, o qual é inalienável. Os que se deixam usar pelo demônio
constatam que o próprio mal que os usa persegue-os com golpe sobre
golpe. Ore por essas pessoas!
O Altíssimo manterá a causa do oprimido. Portanto, não permita que a
pessoa que o ataca fique nas mãos do opressor. Seja firme na fé para não
se irar e, desse modo, trazer alguma maldição para quem tem sido usado
para prejudicar você. Faça do Senhor a sua força e o seu socorro; desse
modo, você jamais será envergonhado. Reivindique o seu direito, pois o
Senhor honrará o que disse a seu respeito.
Então, você poderá louvar o Santo Nome do Senhor e habitar na
presença do Onipotente Deus. Essa é a fórmula que Ele tem prescrito para
abençoar todo aquele que acredita em Sua Palavra. Esse é o segredo que
fará de você uma pessoa abençoada. Você triunfará se agir sobre o que a
Palavra lhe diz.