Quero falar sobre a Igreja dos Sonhos do Senhor Jesus. Para isso, vamos
recorrer à Bíblia, que vai nos dar a descrição exata noiva que Jesus
pediu para Deus:
O texto é: “…Cristo amou a Igreja e a Si mesmo
Se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por
meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a Si mesmo
Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa
e sem defeito.” (Efésios 5:25-27.)
A Expectativa do Noivo
Como
leitores atentos do texto bíblico, somos convidados a acompanhar as
cenas de um casamento. Mais do que isso, somos chamados a pensar nos
inúmeros preparativos que a noiva faz para o casamento. A intenção da
noiva é aparecer da melhor forma possível diante daquele que vai tomá-la
como esposa.
Diz um velho ditado que não existem noivas feias.
Todas elas se esforçam ao máximo para que, naquele momento inesquecível
(singular, único), possam aparecer diante do noivo e futuro esposo como
lindas, maravilhosas. É por isso que há casos de noivos que ficam
atrapalhados – confusos – nesta hora.
Na hora da troca das alianças –
quando aquele ser maravilhoso, angelical, chega – e o noivo, como que
embriagado pela visão, dá a mão errada. A noiva pergunta: “É essa mão,
mesmo?” O noivo responde singela e tolamente: “É!” Não era! Ele estava
dando a mão errada.
A imagem da noiva entrando no corredor central da igreja, ao som da marcha nupcial, é uma imagem muito impressionante.
Chega
a ser até indescritível. Só aqueles que já passaram diretamente por
esta experiência podem entender a profundidade do seu significado.
Ocorre
que é exatamente esta a imagem que Deus foi buscar, nas muitas
experiências humanas, para ilustrar o mais profundo dos Seus anseios
para a Sua Igreja!
A expectativa divina é apresentar a Igreja diante
do Seu noivo, o Senhor Jesus, como “gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem
cousa semelhante, porém santa e sem defeito”. É assim que a Igreja terá
que apresentar-se diante do Noivo Celeste. Fazer diferente,
apresentar-se de outra forma, significaria traição e deslealdade para
com o Noivo Divino – o Senhor Jesus – que não poupou sacrifícios para
lhe fazer as maiores declarações e as maiores demonstrações possíveis de
amor.
A Medida do Amor
Crisóstomo, um dos pais da Igreja
Primitiva, contrapõe estas duas verdades eternas classificando-as como
“a medida do amor” e “a medida da obediência”. Quanto à medida do amor,
nós a vemos expressa aqui nesta afirmação: “Cristo amou a Igreja e a Si
mesmo Se entregou por ela…”
Esta é a afirmação máxima do Evangelho! A
primeira sentença, “Cristo amou a Igreja”, motiva, dá origem, à
segunda: “e a Si mesmo Se entregou por ela”. A segunda sentença é, neste
caso, uma conseqüência natural da primeira: “Porque Deus amou ao mundo
de tal maneira [com tanta intensidade, de forma tão profunda e
sacrificial] que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê
não pereça, mas tenha a vida eterna” (S. João 3:16).
Na visão de
Paulo, esta é a prova máxima do amor divino: “Mas Deus prova o Seu
próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo
nós ainda pecadores” (Romanos 5:8).
João, o discípulo amado,
reproduz esta mesma verdade destacando a primazia do amor divino: “Nisto
consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele
nos amou e enviou o Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” I
João 4:10
A iniciativa da nossa salvação, portanto, não está com o
ser humano, mas com Deus: “Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro” (I
João 4:19). A salvação não é um ato nosso, mas, sim, uma obra 100% de
Deus. Ela é obra e dom de Deus, oferecidos absolutamente de graça a
seres humanos indignos e pecadores.
A fonte de nossa salvação eterna
não é a nossa fé, nosso amor, nossas orações, nossas lágrimas, nossos
esforços missionários ou nossa própria dignidade moral. Somos salvos por
Cristo, mediante a fé nEle depositada: “Porque pela graça sois salvos,
mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para
que ninguém se glorie” (Efésios 2:8-9).
A afirmativa “Cristo amou a
Igreja e a Si mesmo Se entregou por ela” está afinada, podemos assim
dizer, com as mais doces notas musicais provenientes de lábios humanos: a
Justificação Pela Fé em Cristo Jesus, o Evangelho Eterno (Ap. 14:6).
Esta
é a suficiência divina, face à insuficiência humana. Como disse a Sra.
White, “é Deus jogar a glória do homem no pó, e fazer pelo ser humano
aquilo que ele jamais poderia fazer por si mesmo”.
Foi à compreensão
desta verdade maravilhosa que sacudiu o mundo, na chamada Reforma do
Século XVI, e também impulsionou todos os reavivamentos espirituais
experimentados pela Igreja através dos séculos. Como afirmava Martinho
Lutero: “Portanto, um homem pode com confiança gloriar-se em Cristo e
dizer: ‘Meu é o viver, o agir, o falar de Cristo; Seus sofrimentos e
morte me pertencem como se eu houvesse vivido, agido, falado, sofrido e
morrido como Ele”.
Nossa Resposta
O nosso texto base, Efésios
5:25-27, mostra que o sacrifício de Cristo, Sua entrega e morte por
nós, tem um objetivo claro, definido: “para que a santificasse, tendo-a
purificado por meio da lavagem de água pela Palavra, para a apresentar a
Si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante,
porém santa e sem defeito”.
A “medida do amor” deve ser
correspondida com “a medida da obediência”. Nas palavras do apóstolo
Paulo, “Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para
si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou” (II
Coríntios 5:15).
Experiência: Uma jovem foi informada acerca de um
famoso romance. Ela queria muito ler o livro, mas, ao começar a leitura,
sentiu-a seca e maçante e logo pôs o livro de lado. Apesar de todas as
recomendações dos amigos, nem assim o livro conseguia conquistar a sua
atenção.
Então, certo dia, ela conheceu o autor do romance – um
homem muito simpático, elegante e atraente. Eles se interessaram um pelo
outro, e ela se apaixonou por ele. Acabaram se casando. Agora, ela
quase não podia esperar para reiniciar a leitura do livro. Pareceu-lhe
ser o livro mais interessante entre todos que já havia lido – porque
apaixonara-se pelo autor.
É precisamente isto o que acontece com a
leitura da Bíblia – e todos os demais deveres da vida cristã – quando
conhecemos o Autor da nossa salvação, quando nos apaixonamos por Ele.
Aquilo
que para nós era monótono, passa a ser alegre, gostoso, agradável. A
obrigação se torna missão. O dever vira prazer. Porque o amor, quando
experimentado verdadeiramente, gera de forma natural e espontânea uma
resposta positiva. Jesus afirmou:
Se Me amardes,guardareis os Meus Mandamentos”João 14:15
Durante
séculos, o Noivo Celestial – o Senhor Jesus – vem alimentando um
anseio. Ele sonha que a Sua Igreja se apresente a Ele da seguinte forma:
“Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante, porém
santa e sem defeito”.
Fazendo uma análise lógica, não há nada
irrazoável nisto! Não se trata de nenhuma exigência absurda! Este é o
legítimo direito de todo noivo! Não seria razoável e nem justo que, após
tamanha demonstração de amor da parte do Noivo Divino, a noiva, a
Igreja, fosse aceita de forma esculhambada e leviana!
Este é,
também, o acalentado desejo de todo Pastor consciencioso! Este era o
objetivo que o apóstolo Paulo mantinha para o seu próprio ministério:
“Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado
para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo” (II
Coríntios 11:2).
A despeito dos baixos padrões morais do mundo, Deus
jamais rebaixa os Seus padrões! É por isso que o sonho e os anseios do
Noivo Divino, Jesus, continuam os mesmos. Ele espera que a Sua noiva, a
Igreja, se apresente diante dEle como “Igreja gloriosa, sem mácula, nem
ruga, nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito”.
A Grande Diferença
Em
muitos aspectos, a preparação individual dos crentes e o preparo
coletivo da Igreja para encontrar-se com Jesus assemelha-se ao preparo
da noiva para o casamento. Daí o uso que Paulo faz desta figura, aqui em
Efésios e em outras epístolas, e o uso que o próprio Jesus faz na
Parábola das Dez Virgens (Mateus 25:1-13).
Em todas ocasiões está
clara a idéia de que, para o Noivo Celestial, não bastam às intenções da
noiva, a Igreja, de mostrar-se pura e vigilante. Dizem que “de boas
intenções, o inferno está cheio!”
É preciso mais do que boas
intenções; a Igreja tem que ser verdadeiramente encontrada pronta – pura
e vigilante – para ir ao encontro do Noivo, o Senhor Jesus!
É exatamente aqui que entra a grande diferença entre o preparo comum das noivas e o preparo da “grande noiva, a Igreja” .
As noivas podem produzir-se bem e, desta forma, apagar ou ao menos disfarçar as falhas físicas.
Através
da maquiagem e outros recursos, elas podem “”esconder as suas falhas e
defeitos físicos – parecendo, assim, mais belas e atraentes aos olhos
dos noivos.
Com o Noivo Celestial, é diferente: Nada disso funciona!
Para Ele, não existem artifícios ou simulações….
A
Bíblia nos adverte: “E não há criatura que não seja manifesta na Sua
presença; pelo contrário, todas as cousas estão descobertas e patentes
aos olhos dAquele a quem temos de prestar contas” (Hebreus 4:13).
Jesus
observa tudo com uma visão mais poderosa que raios X. Nada escapa à Sua
atenção. Nada pode obscurecer a Sua visão. Nenhum conhecimento está
fora do Seu alcance. Ele vê perfeitamente cada líder e cada membro de
Sua igreja.
Com “os Seus olhos como chamas de fogo”, Jesus está a olhar e acompanhar a vida de cada membro de Sua Igreja.
E
o que é que Ele procura? O que é que o Senhor Jesus busca nos membros
de Sua Igreja? A resposta pode ser dada numa única palavra: Santidade.
Jesus
busca. Jesus espera. Jesus sonha encontrar santidade na vida dos
membros de Sua Igreja, para que ela possa apresentar-se a Ele como
“Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante, porém
santa e sem defeito”.
Conclusão e Apelo
Uma vez que Jesus
conhece tudo – não existem disfarces diante dEle – e Ele nos vê como
verdadeiramente somos, torna-se patente outra grande verdade: A Igreja,
por si mesma, nada pode fazer para parecer bela aos olhos do Noivo
celeste!
É aqui que entra em ação, novamente, a graça divina: Até
mesmo isso, a preparação da noiva, a santificação da Igreja, é obra do
Senhor Jesus. É por isso que o nosso texto-chave, antes de apresentar o
ideal de Cristo para a Sua Igreja: “Igreja gloriosa, sem mácula, nem
ruga, nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito”, traz a
esclarecedora informação: “para a apresentar a Si mesmo…”
Isso
significa que a Igreja só poderá ficar sem mácula, nem ruga, sem as
manchas do pecado, sem a decadência da idade e sem as marcas da
corrupção do pecado, através da obra renovadora de Cristo em nossa vida.
O maravilhoso, nisto tudo, é que hoje, agora, Jesus está apelando a
você e a mim.
Jesus contrasta a nossa incapacidade com a Sua
suficiência. A nossa ignorância com o Seu conhecimento. Jesus mostra que
– apesar da nossa situação deplorável e da falta de conhecimento que
temos da nossa verdadeira situação – Ele pode operar maravilhas em nossa
vida se, tão somente, aceitarmos a Sua oferta: Apocalipse 3:15-22
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