-“No princípio criou Deus os céus e a terra”. É notável como o Espírito Santo abre este livro sublime. No Princípio Deus. No princípio Deus e somente Deus é tudo.... Ele é tudo e todas as outras coisas só passam a existir por causa Dele e para Ele. Sem Ele, nada do que foi feito se fez. Todo aquele que crê terá um santo e inefável prazer nestas palavras. Não poderemos provar por fósseis, por geologia ou qualquer outra ciência os fatos em que cremos. Apenas compreendemos que Nosso Deus revela-Se a Si mesmo. Faz-Se conhecer por Suas obras: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos” (Sl19:1). “Todas as Tuas obras Te louvaram, ó Senhor” (Sl145:10). “Grandes e maravilhosas são as Tuas obras, Senhor, Deus Todo-Poderoso!” (Apoc.15:3).
“Levantai ao alto os olhos e vede quem criou estas coisas, quem produz por conta o seu exército, quem a todos chama pelo seu nome; por causa da grandeza das suas forças e pela fortaleza dos Seu poder, nenhuma faltará” (Is40:26). “.....os deuses das nações são vaidades; porém o Senhor fez os céus” (ICr16:26).
-Verso2: “E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo”.
Deus(Elohim) estava só na criação. Ele olhou na imensidade assolada e viu nela a esfera na qual os Seus planos e desígnios maravilhosos haviam ainda de ser realizados e manifestados- onde o Filho Eterno havia ainda de viver, trabalhar, testificar, sofrer e morrer, a fim de mostrar, à vista de mundos maravilhados, as perfeições gloriosas da Divindade. Tudo era trevas e caos; Deus é o Deus de luz e de ordem. “Deus é luz, e não há Nele treva nenhuma” (IJo1:5). As trevas e a confusão não podem viver na Sua presença, quer encaremos o fato pelo ponto de vista moral, físico, intelectual ou espiritual.
“E o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”. O Senhor põe-se a ponderar acerca do palco de Suas futuras operações. Só Ele poderia poderia trazer ordem ao caos, fazer separação entre as águas e criar as condições onde a vida pudesse manifesta-se sem medo da morte.
“E disse Deus: Haja Luz. E houve luz”. Quão simples! E, contudo, como é próprio de Deus! “Ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” (Sl33:9).
Para os infiéis respondemos: “Pela fé, entendemos que os mundos, pela Palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hb11:3). Esta resposta satisfaz o espírito dócil. A filosofia pode rir-se desdenhosamente chamando de credulidade cega e antiquada à era digital, porém, que grande inaptidão ela possui para entender os desígnios das sagradas escrituras.
-Verso5: “E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre luz e trevas. E Deus chamou à luz dia; e às trevas chamou noite”. Temos aqui dois grandes símbolos tão largamente empregados em toda a Palavra de Deus. A presença da luz faz o dia; a falta dela faz a noite. O mesmo se dá com a história das almas. Há os filhos da Luz e os filhos das trevas, esta é uma clara e solene diferença e jamais poderá haver mistura. Ninguém pode ser meio luz e meio trevas. Todos aqueles que foram iluminados pelo “Sol da Justiça” (Malaq.4:2) possuem uma nova natureza e já nele não habita trevas alguma.
-Verso6a8- “E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão........ E chamou Deus à expansão céu”. Que tremenda esta revelação; a ciência se rende boquiaberta à sabedoria do nosso Deus, Ele nos revela, nesta passagem, que no início de tudo Ele criou o nosso céu atmosférico entre as águas, de tal maneira que uma parte da água ficou suspensa sobre a atmosfera, no exato local onde hoje, provavelmente, temos a camada de ozônio. Esta disposição de um lençol de água em volta do planeta, fazia com que sobre a terra, ocorresse um clima extraordinariamente perfeito e uma proteção contra os raios cósmicos. Isto é tão definitivo e claro no relato Bíblico que, no término do dilúvio, vemos que (Gen.8:2) “cerraram-se as fontes do abismo e as janelas do céu” de tal forma que toda aquela água que, até então permaneceu suspensa sobre o firmamento, fosse toda derramada sobre a terra gerando a grande inundação e a completa mistura das águas do mar com os rios destruindo toda a vida que estivesse fora da arca.
-Verso9e13- Vemos aqui o Senhor ordenando cada detalhe da criação e a tudo dando Suas ordens e separando as águas dos mares e dos rios e criando cada semente segundo sua espécie, para que jamais houvesse qualquer confusão e toda a natureza obedecesse a perfeita ordenação.
-Verso14:”E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite..........E fez Deus os dois grandes luminares: O luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas”. O Sol é o grande centro do nosso universo e, em torno dele giram os astros menores. Dele recebem sua luz. O Sol, pode ser visto como figura d`Aquele que, em breve há de levantar-Se para o alvorecer de um dia brilhante de interminável Glória.
A Lua, sendo por si mesma opaca, recebe toda sua luz do Sol. A Lua reflete sempre a Luz do Sol, salvo quando a terra (mundo) e as suas influências intervém. Poderemos dizer que tipologicamente, assim como o Sol pode ser visto como um símbolo de Cristo, a Lua pode simbolizar a Igreja. Esta não tem luz própria, mas sempre deve refletir a luz de seu Senhor. É através da Igreja que o mundo conhece a Cristo. “Vós sois a nossa carta,......conhecida e lida por todos os homens. Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo”. (II Cor.3:2,3).
A Luz da Lua não é sua, ela apenas reflete a luz que recebe. Assim deve ser a Igreja que não é chamada para se mostrar a si mesma ao mundo. Deve apenas refletir a Luz que recebe e, para isso, deve estudar com santa devoção o caminho que o Senhor trilhou aqui no mundo; e, mediante a energia do Espírito Santo, trilhar esse caminho, sem deixar que as nuvens e neblinas do mundo ofusquem sua missão.
(Obs.: Uma curiosidade acerca da Lua é que, quando vista por um telescópio, lembra uma terra devastada pela destruição e sequidão, um deserto em ruínas. Não tem beleza em si mesma, porém é belíssima quando resplandece e brilha no horizonte pela luz do Sol nela refletida)
As estrelas. “Uma estrela difere em glória de outra estrela” (ICor.15:41). Assim será no reino futuro do Filho de Deus, Ele resplandecerá e o Seu corpo a Igreja, refletirá, fielmente, o Seu brilho. Os Santos, individualmente, brilharão nessas esferas que o Justo Juiz lhes distribuir, como galardão do serviço prestado durante a noite da Sua ausência (Lc. 19:12a19).
-Verso26: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.....à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou; frutificai, e multiplicai-vos e enchei a terra, e sujeitai-a ”. Nota-se a mudança de ele para eles. Não nos é apresentada a criação da mulher em detalhes até o capítulo 2, mas aqui Deus os abençoa e lhes concede governo universal. Eva recebe suas bênçãos em Adão. A mulher era vista como parte do homem, ainda que nem ainda houvesse sido chamada a existência. “No teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia” (Sl.139:16).
Assim é com a Igreja- a noiva do segundo homem. Ela era vista desde toda a eternidade em Cristo, a sua Cabeça; como lemos no primeiro capítulo de Efésios(4): “Como também nos elegeu Nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos irrepreensíveis diante Dele em amor”. Antes que um só membro da Igreja, tivesse respirado o fôlego da vida, todos eram, na mente de Deus, predestinados para serem conforme a imagem de Seu Filho. Os desígnios de Deus tornam a Igreja necessária para completar o homem místico. Por isso a Igreja é chamada “a plenitude Daquele que cumpre tudo em todos”(Ef.1:23).
Quando olhamos para o plano de Deus na salvação do homem, jamais poderemos pensar que ele é restrito a individualidade de cada salvo, não, porém Deus está formando um corpo, uma adjutora para o segundo homem. “Não é bom que o homem esteja só: Far-lhe-ei uma adjutora”(Gn2:18). “Porque o varão não provém da mulher, mas a mulher do varão. Porque também o varão não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do varão.....Todavia, nem o varão é sem a mulher, nem a mulher sem o varão, no Senhor. Porque, como a mulher provém do varão, assim também o varão provém da mulher, mas tudo vem de Deus”(I Cor.11:8a12). Deus não deixou o primeiro homem sem uma adjutora e nem tampouco deixará o segundo. Óh que pensamento sublime: Assim como haveria um vazio na criação sem Eva, haveria uma falta na Nova Criação sem a noiva de Cristo, a Igreja. (Ef.1:18a23).
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