Breve Análise Histórica do Movimento Pentecostal e as Principais Razões para Seu Crescimento no Brasil
Síntese: Neste artigo são revistos os mais significativos marcos do movimento pentecostal no Brasil através de uma resenha histórica das igrejas mais representativas. A seguir são analisadas algumas das possíveis razões psicorreligiosas, econômicas e políticas para o crescimento considerável do carismatismo autóctone. Por fim, busca-se uma compreensão escatológica quanto a “explosão” do pentecostalismo em nossos dias.
INTRODUÇÃO
Todo o cristianismo parece sentir a necessidade de ser repensado diante da explosão das “religiões do Espírito”, com uma capacidade invejável de influenciar e mobilizar as massas. [1] De um singelo culto de ação de graças regado por manifestações glossolálicas realizado na viragem do século, sob a liderança de Charles Parham na presença de alguns de seus alunos na Escola Bíblica Bethel, em Topeka, KA, para um movimento considerado como a terceira grande força da história da igreja, [2] o crescimento do pentecostalismo, especialmente no Brasil, tem desafiado a certeza histórica do protestantismo tradicional e até da própria Igreja Católica Romana. [3] Seu crescimento extraordinário tem despertado interesse e questionamentos até em alguns círculos adventistas. Teríamos chegado, como insistem os pentecostais, à Era do Espírito? [4]
Neste artigo apresentaremos, em primeiro lugar, um sumário do desenvolvimento histórico das igrejas pentecostais mais significativas no Brasil. Depois, faremos uma análise dos possíveis fatores que contribuíram para o crescimento desta recente manifestação de espiritualidade cristã. Por fim, faremos uma breve avaliação crítica, tendo como base o pensamento escatológico da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO
O movimento pentecostal moderno deve seu surgimento e institucionalização à influência do pregador reavivamentista americano Charles Finney que, junto com o Movimento de Santidade (Holiness Moviment), promoveram a idéia de que o verdadeiro cristão deveria passar por uma experiência subseqüente à conversão, chamada de “batismo do Espírito Santo”. Pouco tempo mais tarde, esta experiência é identificada com o “falar em línguas” do Pentecostes de Atos 2. Tal manifestação especial, às vezes considerada como a segunda ou até como a terceira bênção, tornou-se a base do movimento iniciado por William J. Seymour que, a partir de 1906, torna famosa a antiga Igreja Metodista Episcopal Africana da Rua Azuza, 312, em Los Angeles, agora sob o nome de Igreja da Fé Apostólica. [5]
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